15 de abril de 2013

SEXO - MAIS DO QUE UMA RELAÇÃO FÍSICA



A sexualidade é um dos assuntos de maior interesse entre as pessoas em todos os lugares e em todas as épocas. Na cultura brasileira ela é utilizada de modo massivo. Uma simples propaganda de produtos como cigarro, detergente, carro e até mesmo remédio há apelo ao instinto sexual. A maioria dos programas de televisão está encharcada de insinuações sobre sexo. Programas humorísticos, que deveriam ser mais leves, não utilizam uma nota diferente. Parece que já não há mais humor se não falar de sexo. A regra nos programas de auditório é a presença de mulheres seminuas, com o objetivo de aumentar a audiência. O carnaval, maior festa popular brasileira, tem como enredo principal o erotismo. 

Fiquei impressionado ao parar por alguns instantes perto de um grupo de adolescentes que conversavam durante um intervalo de aula. Eles não sabiam falar de outra coisa a não ser sexo e futebol; o que não é diferente nas conversas entre adultos. E o que dizer dos temas discutidos pelas mulheres nos salões de beleza?

O tema sexo está presente o tempo todo e, infelizmente, parece que há uma generalizada falta de compreensão dos propósitos e abrangência da relação entre homem e mulher. Fala-se muito no assunto, mas compreende-se pouco. A maioria das abordagens não está voltada a promover a realização plena do casal, conforme os objetivos traçados por Deus. Para muitas pessoas Deus e sexo são assuntos separados. Para aqueles que pensam assim, a experiência sexual é desejada apenas visando a satisfação de uma necessidade física. Isso provoca sérias distorções na maneira como a relação sexual é compreendida e vivenciada. A experiência sexual deixa de ser algo sublime, especial e santo para tornar-se uma coisa banal. 

Os padrões do mundo moderno aceitam a existência da relação entre pessoas que não se amam e não estabeleceram compromisso duradouro, estão se relacionando simplesmente motivados pela atração física. Por isso é essencial que cada casal cristão busque na Palavra de Deus a orientação para seu relacionamento sexual.
PRINCÍPIOS ETERNOSJá na criação do homem, Deus estabeleceu princípios eternos que devem reger a vida conjugal: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne” (Gênesis 2.24). Desta narrativa podemos absorver alguns princípios que tornam o relacionamento entre homem–mulher mais feliz e abençoado.

O primeiro princípio eterno pode ser apreendido à luz da seguinte ordem: “deixará o homem a seu pai e a sua mãe”. Aqui está claro que casamento é coisa para gente grande. Todos sabem que repousam sobre os pais a responsabilidade de zelarem por seus filhos, protegendo-os e nutrindo-os física e emocionalmente. Um filho não deve deixar a companhia dos pais até que reúna as condições para uma vida autônoma. Mas a permanência dos filhos ao lado dos seus genitores é uma via de mão dupla, pois eles também precisam cuidar dos pais com zelo e amor. Sendo esta uma das formas de honrá-los (Efésios 6.2).

O segundo princípio pode ser extraído do verbo “unir”, pois o texto diz: “unir-se-á”. O plano de Deus é que homem e mulher se unam. Trata-se aqui de uma união assumida e duradoura, onde estabelecem formalmente um relacionamento com o objetivo de caminharem juntos e dividir o dia-dia. É a vida compartilhada de maneira integral, caracterizada pelo companheirismo, cumplicidade e ajuda recíprocas.

Já o terceiro princípio está explicitado na afirmativa do texto que diz: “e serão os dois uma só carne”. Esta é uma linguagem bíblica utilizada para referir-se à união carnal. Paulo lançou mão desta ideia em I Coríntios 6.16
Segundo Gênesis 2.14, homem e mulher podem e devem viver a experiência do ato sexual após alcançarem uma maturidade a tal ponto de deixar pai e mãe, para assumirem um relacionamento sólido para a vida. É necessário sair da companhia das famílias que os geraram para formarem um novo núcleo familiar. Tornar uma só carne é a última fase do caminho.

Hoje há uma inversão por parte de muitos casais. Primeiro transam, depois vão se conhecer. Isso é quebra de um princípio estabelecido por Deus. Não há como produzir resultados positivos. O sexo não foi criado por Deus para ser vivido por quem não possui maturidade e nem ama a ponto de deixar pai e mãe para assumir um relacionamento duradouro.

Uma das grandes chagas da sociedade pós-moderna é o apego ao efêmero. Vivemos num tempo no qual as pessoas estão aplicando aos seus relacionamentos a filosofia fast, ou seja, o pronto, rápido e fácil.

Os casais devem fixar os olhos não no que é moderno, mas naquilo que é eterno. Ao criar o homem e a mulher, Deus escreveu a receita para que os padrões de qualidade da vida a dois fossem bem satisfatórios. Quando fugimos daquilo que foi traçado por Ele, acabamos por nos distanciar do que há de melhor e escolhemos a mediocridade.
O SEXO E A VIDA ESPIRITUAL E EMOCIONAL
Primeiramente é importante salientar que tudo na vida tem implicação espiritual. Não há esfera da existência humana sobre a qual Deus não deva exercer seu senhorio. Já vimos que Ele é o Criador do sexo e que determinou ao homem experimentá-lo, dentro dos parâmetros fixados na criação. Como filhos de Deus, tanto marido quanto esposa, sabemos que esta área da vida pode nos aproximar ou distanciar da presença do Senhor.

Ele disse: “Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações” (IPedro 3.7). Sem dúvida, a falta de entendimento na vida do casal afeta até mesmo o resultado das orações, prejudicando a vida espiritual. Quando marido e mulher não buscam entendimento na vida sexual, a intimidade com Deus também fica abalada. Esta é a realidade em muitos casamentos.

Há marido que obriga sua mulher a praticar sexo em momentos nos quais ela não deseja, realizando verdadeiro abuso sexual no contexto doméstico. Isso não é viver com entendimento com elas. Por outro lado, há mulheres que utilizam o sexo para chantagear ou se aproveitar do marido. Certa vez, um marido me confessou estar sofrendo com esta situação. Ele disse que quando não permitia que a mulher comprasse tudo que lhe pedia, invariavelmente, ela fazia greve de sexo para puni-lo. 

Mas a vida sexual do casal repercute também na dimensão emocional. Há muitos casais que estão adoecendo emocionalmente em virtude do tipo de relação que estabeleceram. A intimidade sexual pode ser um canal de bênção para a vida, mas pode ser uma fonte de frustração, insegurança e até humilhação. Uma mulher que se sinta subjugada pelo marido, forçada a manter uma relação na qual apenas o bem-estar do homem é levado em conta, certamente terá sua autoestima diminuída. Ela se sentirá usada infeliz. A dor emocional de muitas mulheres decorre do fato de se sentirem apenas um objeto de prazer sexual do homem. Uma mulher cristã deseja mais do que isto; sentir-se apenas atraente não basta. Tanto a mulher quanto o homem desejam ser amados e aceitos.

O esposo que não consegue enxergar a mulher como uma pessoa que possui necessidades emocionais, que vão além do prazer físico, certamente irá falhar no seu papel de marido. O que traz realização plena não é o simples ato sexual em si, mas o conjunto de atitudes, palavras e sentimentos que formam o pano de fundo no qual a relação é vivenciada.

Há casais que se encontram tão enfermos da alma que perderam a noção do valor da palavra “limite”. Saber impor limites na relação é sinal de saúde emocional. Não há limite de respeito, fidelidade, paciência e nem domínio próprio. Tudo é feito em desacordo com os parâmetros da Palavra de Deus. Imagine um casal que mantém ativa a vida sexual, mas o carinho no trato e a compreensão já não existem. Para eles a vida sexual se resume no ato físico.

Certa vez ouvi de um marido: “Já perdi a graça de me relacionar sexualmente com minha mulher. Ela fala mal a meu respeito com as outras pessoas e comigo; desfaz tanto de mim que me sinto um homem sem valor. Sinto que minha mulher não nutre nenhum apresso por mim. Quando nos relacionamos, sexualmente, sempre falta algo mais do que o ato físico… falta o encontro das nossas almas”.

Uma mulher que se sinta valorizada, amada e respeitada pelo marido será emocionalmente segura e feliz. Ela se relaciona sexualmente com ele sem que precise provar algo para ser aceita. Da mesma forma, um homem respeitado e querido por sua esposa não necessita provar nada mais para ser aprovado por ela.
MAIS DO QUE UM SIMPLES ATO
Uma vez que o sexo repercute na vida emocional e espiritual de um casal, é preciso haver investimento e interesse para compreendê-lo e praticá-lo de modo sadio e duplamente favorável.

Uma das grandes descobertas que um casal deve fazer refere-se às diferenças de perspectivas existentes entre a forma como homem e mulher enxergam a relação. Geralmente os homens possuem mais dificuldades de compreender a ampla repercussão do ato conjugal. Por alcançar a excitação mais rapidamente, há uma tendência natural em ignorar as fases pelas quais é necessário passar para que se faça amor e não simplesmente sexo.

Quando um casal resume sua intimidade ao ato simples, o que estão experimentando é algo baseado num instinto animal. Deus planejou uma relação mais elevada e sublime para sua vida e seu casamento.

Kevin Lemam, escritor e psicólogo, escreveu um excelente livro intitulado “Sexo Começa na Cozinha”. O título do livro fala por si só. Nesta obra o autor procura demonstrar que a vida sexual de um casal é uma conquista diária, contínua, que perpassa também as pequenas coisas, que contempla o todo e não somente o ato.

O clima para a relação precisa ser construído. São comuns casais que passam o dia em pé de guerra, mas à noite marido ou mulher procura por sexo, mas acaba por encontrar ao seu lado uma pedra de gelo falante. Quando o casal passa o dia colocando a relação no freezer, não há como ter uma noite realmente quente.

Outra obra de valor que merece ser lida pelos casais cristãos é “Intimidade Sexual no Casamento”. Vale a pena aprender com os autores.

“Se uma mulher esteve o dia inteiro em casa ocupada com crianças pequenas, poderia precisar de ‘carícias iniciais durante o dia todo’ – não carinhos físicos, mas um beijo pela manhã, um telefonema ao meio dia, imaginar o marido limpando a casa, fazendo compras no supermercado ou realizando algum trabalho que ela não tenha solicitado. Essas atitudes, às vezes, funcionam muito melhor para seduzi-la do que vê-lo sair do banheiro vestindo uma cueca de seda. Como a autora Kathy Peel escreveu, ‘passar no supermercado quando volta para casa, oferecer-se para instalar algumas prateleiras em meu armário, ajudar-me a aprimorar os enfeites comprados para abrilhantar nossa casa, ouvir-me, interessar-se por aquilo que é importante para minha vida – se ele quer que eu esteja numa boa disposição à noite, deveria fazer de tudo o que pudesse para que o dia fosse bom’. Acrescente jantares românticos, flores, poesia e a disposição para ouvir com atenção. Tudo isso proporciona um contato afetuoso, não genital, de que ela necessita para encher sua mente e sua imaginação com pensamentos sobre o seu homem”.

Muitas vezes imaginamos que todo esse caminho a ser percorrido é apenas para satisfazer às necessidades femininas, e que o homem não precisa disso, mas há um engano aí. O homem que se habitua a este nível de relacionamento mais elevado se sentirá muito mais realizado, mais pleno, mais homem. Afinal aqueles que começam a voar como as águias não se contentarão em praticar os pequenos voos das galinhas. 

Quando um relacionamento se fundamenta nos princípios da Palavra de Deus o ato sexual é o momento culminante de alegria, entrega e confiança. É fruto da vida de afinidade da qual desfrutam e não um simples ato físico.


Por: João Emílio Cutis Pereira

fonte: http://www.clickfamilia.org.br

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aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
João 4:14

E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
Apocalipse 22:17
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